23 de fevereiro de 2008

Eleição para o Conselho de Estado apontará o mandatário cubano

No próximo domingo, deputados cubanos escolherão os integrantes do Conselho de Estado. O Conselho eleito pelos deputados, que tem voto secreto e direto, será formado por um presidente, um primeiro vice-presidente, cinco vice-presidentes, um secretário e outros 23 membros. O eleito presidente do Conselho é quem vai assumir o cargo de Chefe de Estado.
Os 614 deputados, eleitos em janeiro último, que compõem a Assembléia Nacional do Poder Popular, têm um mandato de cinco anos.
Pela primeira vez em 49 anos, o nome de Fidel Castro não estará entre os elegíveis. O ex-presidente cubano renunciou, em carta publicada no jornal Granma, na última terça-feira e desta vez será só eleitor. Em um artigo publicado hoje pelo mesmo jornal, agora sob o título "Reflexões do companheiro Fidel", ele disse estar no momento "debruçado no esforço por fazer constar meu voto unido em prol da Presidência da Assembléia Nacional e do novo Conselho de Estado".
Nesse artigo, Fidel fez uma análise da repercussão de sua renúncia, principalmente junto aos inimigos. "Meio século de bloqueio lhes parecia pouco aos prediletos. Mudança, mudança, mudança!, gritavam ao uníssono", no texto o ex-presidente reflete que a mudança pedida pelos atuais candidatos à presidência dos EUA - ao se pronunciaram sobre a renúncia - na verdade se refere à anexação.
Palavra que Fidel usou também para descrever o pedido de George Bush que na terça-feira disse que a mensagem de Fidel "era o início do caminho da liberdade de Cuba", o que o ex-presidente compreende como: "a anexação decretada pelo seu governo num volumoso e enorme texto".
No artigo, Fidel disse ser a favor de uma mudança, mas no país que lhes fica, geograficamente, acima: os Estados Unidos. Para ele, Cuba mudou já faz tempo e "continuará o seu rumo dialético", pois é o próprio povo quem pede para não se voltar mais ao passado.
Os líderes europeus se juntaram à fala dos estadunidenses e também foram criticados pelo cubano "Ao seu ver (dos líderes europeus), tinha chegado a hora de dançar com a música da democracia e da liberdade que, desde os tempos de Tomás de Torquemada, jamais realmente conheceram. O colonialismo e o neocolonialismo aplicados a continentes inteiros, donde tiram energia, matérias-primas e mão-de-obra baratas, os desclassificam moralmente".

http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=31788

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